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Raiva humana: o que fazer se tiver contato com um animal infectado?

Dia 28 de setembro foi celebrado o dia mundial contra a Raiva Humana, uma doença que se transmite às pessoas pelo contato com a saliva infectada através de mordidas ou arranhões.


Recentemente, cidades brasileiras como Epitaciolândia no Acre, Corumbá e Ladário no Mato Grosso do Sul, Cáceres no Mato Grosso e Guajará-Mirin em Rondônia iniciaram a campanha de vacinação contra a raiva para cães e gatos². A iniciativa do Ministério da Saúde tem como objetivo proteger esses animais da doença, que é transmitida exclusivamente pelo contato com a saliva de mamíferos contaminados pelo vírus pertencente à família Rhabdoviridae (gênero Lyssavirus). A medida visa prevenir os casos de raiva humana, que é letal em praticamente 100% dos casos.

No período de 1990 a 2009, foram registrados no Brasil 574 casos de raiva humana, nos quais, até 2003, a principal espécie agressora foi o cão. A partir de 2004, o morcego passou a ser o principal transmissor no Brasil. Todo acidente com morcego deve ser classificado como grave.

No entanto, equinos, bovinos e outros animais silvestres também podem ser agentes transmissores. Portanto, é recomendado que esses animais sejam vacinados de acordo com as diretrizes dos órgãos de saúde. Além disso, é fundamental proteger as residências contra a entrada de morcegos, o que pode ser feito instalando telas nas janelas e vedando frestas no telhado.

Outra medida fundamental recomendada aos profissionais do campo (médicos veterinários, biólogos, agrônomos, fazendeiros, profissionais que lidam com o manejo de gado, equinos, caprinos, ovinos e suínos, zootecnistas) é a realização do protocolo de pré exposição.

O protocolo de pré exposição trata-se de um esquema de vacinação de duas doses, com um intervalo de sete dias entre elas, com o propósito de evitar que a doença se estabeleça em caso de exposição ao vírus.

Tive contato com um animal infectado, e agora?

Como a transmissão do vírus acontece por meio de mordidas, arranhões ou lambidas de um animal infectado, é preciso lavar o local da agressão com sabão e água em abundância e, em seguida, procurar o serviço de saúde público mais próximo para uma avaliação individual.

O esquema profilático pode alterar de acordo com a gravidade da agressão. No caso de uma agressão grave, o esquema profilático deve ser iniciado imediatamente com a administração do soro antirrábico ou de imunoglobulina humana antirrábica, além de quatro doses da vacina, que devem ser aplicadas nos dias 0, 3, 7 e 14 por via intradérmica (no antebraço ou na região de delimitação do músculo deltoide) ou intramuscular (no músculo deltoide ou vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos) dependendo do fabricante.

“Mas não são todos os pacientes que precisarão receber todas, pois existem diferentes diretrizes para cada caso — algo que deve ser avaliado e definido unicamente pelos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS)”, fala o epidemiologista e mestre em medicina tropical Dr. José Geraldo Leite Ribeiro, que também atua como pediatra e professor emérito da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

Serão levados em conta vários aspectos: o histórico de saúde, se já houve exposição anterior do paciente com o vírus ou se ele tomou as vacinas da raiva, a gravidade do ferimento (se foi leve, grave ou apenas uma lambedura), qual foi o animal envolvido e se esta é a primeira vez que o paciente recebe o protocolo pós-exposição.

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